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A morte do outro em Bodas de Sangre, de Federico García Lorca

Nome dos Autores:    Maria Mirtis  Caser & Ana Catarina de Pinho Simas Oliveira

                   mirtis@terra.com.br

Palavras-chave:      Garcia Lorca - Bodas de sangre - simbolismo

Currículo:

Maria Mirtis Caser é doutora em Letras Neolatinas (Estudos Literários – Literaturas Hispânicas) pela UFRJ, professora de Língua Espanhola e de Literatura em Língua Espanhola na Ufes e desenvolve, no PPGL-Ufes, pesquisa na linha Poéticas da Antiguidade à Pós-modernidade, com ênfase na literatura hispânica, especialmente a narrativa produzida por mulheres e as questões de gênero.  Tem interesse na tradução  literária – teoria e prática – do espanhol ao português, principalmente. Tem trabalhos publicados sobre a representação da mulher, especialmente em contos de Emilia Pardo Bazán.

Ana Catarina de Pinho Oliveira é  mestranda em Letras, área de concentração Estudos Literários, do programa de Pós-graduação stricto sensu em Letras da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) e bolsista da Capes. Membro do grupo de pesquisa: Da antiguidade à modernidade: estrutura, caráter e percurso do drama, da UFES. Membro do grupo de pesquisa: Literatura Latino-americana Contemporânea, da Universidade de Brasília (UnB). Graduada em Licenciatura Plena em Língua Portuguesa e Literatura de Língua Portuguesa pela UFES.  Foi professora de espanhol da Escola do Legislativo do Espírito Santo.

  Resumo: Trata-se de analisar a peça  Bodas de Sangre, de Federico García Lorca, identificando nela os sinais do impacto provocado nas personagens pela morte do outro. Evocada no próprio título, representada simbolicamente nos objetos exibidos no primeiro quadro do ato primeiro (navalha, escopetas, pistolas, facas, pás e ancinhos) e retomada no desenrolar da peça pelo discurso das personagens, a morte suscita a dor e embota a lucidez. Toma-se como exemplo o que se pode ver na atitude desesperada da “Madre” do “Novio” que, amargurada pelas lembranças dos assassinatos de um filho e do marido, instiga o filho que lhe restou à reparação homicida, multiplicando-se a desdita. Ariès (2012) ensina em Historia da morte no Ocidente que na época moderna, embora se desse continuidade aos ritos a ela relacionados em épocas anteriores, a morte passou a ser vista como a perda irreversível das pessoas amadas. O temor maior, então, já não é o da própria morte mas o da morte do outro, cujo desaparecimento é profundamente sentido, como  no caso da “Madre” no texto aqui estudado. Nas estratégias utilizadas pelo dramaturgo na composição do conflito entrecruza-se o Simbolismo nas personagens místicas “Luna” e “Mendiga” e na musicalidade na obra como um todo; o Romantismo aprofundado e radicalizado pela tragédia e o amor irrealizável e o Surrealismo, que aflora com os impulsos de vida e morte das personagens e liberta a obra da lógica e da razão.                    

Resumen: Se analiza la obra Bodas de Sangre, de Federico García Lorca, objetivando identificar las huellas del impacto  provocado en los personajes por la muerte del otro. Evocada en el mismo título, representada simbólicamente en los objetos exhibidos en el primer cuadro del acto primero (navaja, escopetas, pistolas, cuchillos, palas y rastrillos) y retomada en el desarrollo de la tragedia por el discurso de los personajes, la muerte suscita el dolor y embota la lucidez. Se toma como ejemplo de ello la actitud desesperada de la “Madre” del “Novio” que, amargada por el recuerdo de los asesinatos de un hijo y del marido, instiga el hijo que le queda a la reparación homicida, multiplicándose la desdicha. Ariès (2012) enseña en Historia da morte no Ocidente que en la época moderna, aunque se diese continuidad a los ritos a ella relacionados en épocas anteriores, la muerte se pasó a ver como la pérdida irreversible de las personas amadas. El temor más grande, entonces, ya no es el de la muerte de uno mismo sino el de la muerte del otro, cuyo desaparecimiento se siente hondamente, como en el caso de la “Madre” en el texto aquí estudiado. En las estrategias utilizadas por el dramaturgo en la composición del conflicto se entrecruza el Simbolismo en los  personajes místicos “Luna” y “Mendiga” y en la musicalidad en la obra en su totalidad; el Romanticismo profundizado y radicalizado por la tragedia y el amor irrealizable, y el Surrealismo, que emerge con los impulsos de vida y de muerte de los personajes y liberta la obra de la lógica y de la razón.

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Sobre o texto:
Texto inserido na revista Hispanista no 56

Informações bibliográficas: Caser, Maria Mirtis  & Oliveira, Ana Catarina de Pinho Simas. A morte do outro em Bodas de Sangre, de Federico García Lorca. In: Hispanista, n. 56. [Internet] http://www.hispanista.com.br/revista/artigo447.htm

 

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