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 A palavra do presidente da ABH

Foi dada a palavra ao presidente da ABH. Estas palavras, no entanto, pretendem não ser apenas do presidente, porém de todos aqueles que, há tempo, alimentamos uma esperança: a de ver nascer o espaço onde reunirmos as plurais inquietações
 que nos identificam pelo fato de se voltarem para um mesmo objeto, isto é, os estudos culturais sobre os povos de língua espanhola. É a palavra dos que pesquisamos o hispanismo a partir das mais diversas perspectivas e situações de hispanistas no Brasil.

Com a palavra queremos traduzir a alegria de ter sonhado. E, mais ainda, a alegria de termos acordado do nosso sonho para ver que ele se fazia realidade muito além das nossas expectativas: o Primeiro Congresso Brasileiro de Hispanistas reuniu um número de estudiosos brasileiros do hispanismo muito superior àquilo que imaginávamos ser possível; e revelou, na média dos trabalhos apresentados, uma qualidade acima do que podíamos supor.

Mais ainda, esse congresso parece ter sido claramente um ponto de partida, não apenas por tratar-se do primeiro de uma série que desejamos ver realizar-se, mas também por ter sido claramente um congresso onde predominou a massa juvenil, ousada e alegre, dos estudantes de pós-graduação, onde predominou o futuro, para satisfação daqueles aos quais correspondeu ir plantando as sementes a partir do passado.

O congresso foi encerrado com fecho de ouro ao ser criada a Associação Brasileira de Hispanistas, numa assembléia pautada pelo debate, pelas divergências que foi necessário aproximar, pelo diálogo que levou à síntese. Acreditamos que essa assembléia levou em conta as opções que, no final da principal sessão plenária do congresso, propussemos como resumo do que nela os palestrantes, nossos convidados, manifestaram:

 
  • Não à exclusão, sim à autêntica mestiçagem.

  • Não à exaltação puramente emocional e gratuita, sim ao distanciamento crítico.

  • Não ao realismo mágico da crítica, sim à leitura crítica do nosso verdadeiro realismo mágico.

  • Não aos nacionalismos redutores, sim às integrações culturais.

  • Não aos estereótipos, sim à História.

  • Não à reprodução, sim à criação de conhecimento e de saber.

  • Não às sínteses simplificadoras e às analogias redutoras, sim às comprovações objetivas.

  • Não ao simples desenvolvimento, sim ao humanismo que leve ao desenvolvimento.

  • Não às imposições, sim à liberdade.

  • Sim às diferenças.

  • Sim ao diálogo.

O momento final da assembléia levou à votação secreta que legitimou os nomes e as instituições daqueles que propuséramos inicialmente a criação da ABH, para que assumíssemos a nada fácil tarefa de colocá-la em andamento. Para lá vamos e lá esperamos a colaboração de todos os hispanistas brasileiros. Porque, segundo disse João Cabral de Melo Neto, citado na mencionada sessão plenária por Julio Rodríguez Puértolas, em tradução ao espanhol,

"Un gallo solitario no teje la mañana;
siempre necesitará de algunos otros gallos
[ ... ]
para que la mañana, desde una tela tenue,
se vaya tejiendo entre todos los gallos."


Mario M. González
Presidente da Associação Brasileira de Hispanistas
13/10/2000

 

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