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      2)
    Apolônio Pinto de Carvalho. Com 25 anos em 1937, expulso do Exército por sua
    militância na ANL, que lhe rendeu um ano e meio de prisão, o Tenente de Artilharia
    Apolônio de Carvalho é beneficiado pela "macedada", em junho desse ano, e
    instala-se por um curto período na Bahia, onde contata novamente o PCB. Sua saída do
    Brasil se deu em circunstancias especiais: tendo conseguido um passaporte legal junto ao
    governo do Estado  na época comandado por Juracy Magalhães  embarca, a
    partir de Salvador mesmo, no barco brasileiro Bagé, com destino ao Havre. Para driblar o
    controle do "Comitê de Não-Intervenção" nas fronteiras da França, Apolônio
    ingressa na Espanha como cidadão de Almeria, cidade da Andaluzia, com um legítimo
    passaporte espanhol fornecido pelo consulado republicano em Paris (CARVALHO, 1997: 95),
    expediente largamente utilizado por centenas de voluntários internacionais, inclusive
    diversos brasileiros; o outro expediente era cruzar ilegalmente a fronteira dos Pirineus.
    Pertencente à primeira leva de brasileiros que chegaram à Espanha, Apolônio foi
    designado para receber formação em Almansa, pequena cidade entre o porto de Alicante e
    Albacete, a base de treinamento das Brigadas Internacionais: "a troika
    suprema no comando da base era André Marty, corno comandante, Luigi Longo
    (Gallo) como inspetor-geral e Giuseppe di Vittorio (Nicoletti)
    como comissário político em chefe" (THOMAS, 1977: 457). Perto dali, em Chinchilla
    de Monte Aragón, ficava a escola de artilharia do Exército republicano, cujo comandante
    era o capitão checo Mikeche (Idem: 458). Apesar de que, no romance de Jorge Amado, o
    "Capitão Apolinário Rodrigues" seja apontado como combatente do batalhão
    "Lincoln" da XV Brigada Internacional (l954: 183), o Tenente Apolônio de
    Carvalho, na verdade, serviu como tenente de Artilharia no Exército do Centro,
    participando de combates nas frentes de Extremadura e Andaluzia, sucessivamente nas
    funções de capitão, major e coronel (CARVALHO, 1979a; 1997: 122). Apolônio comandou
    uma agrupación (bateria de artilharia) na frente Centro Sul (MORENA, 1975b: 71;
    CARVALHO, 1997: 101-112), participou da batalha de Teruel  dezembro de 1937 a
    fevereiro de 1938  e, finalmente, da última tentativa defensiva do Exército
    republicano na Catalunha, antes de refugiar-se na França com os demais integrantes do
    contingente brasileiro. Apolônio se confessou "surpreendido [pela] quixotesca
    decisão" do Governo republicano de retirar os combatentes estrangeiros e, já
    sentindo que a "derrota avultava no horizonte da República" (1997: 114), foi
    transportado a Barcelona às vésperas do Natal de 1938. No início de janeiro de 1939,
    "o rolo compressor fascista passa por toda a Catalunha deixando um rastro de morte e
    ruína" (Idem, 115). 
    3) Joaquim Silveira dos Santos.
    Saído numa das primeiras levas de voluntários para a Espanha, o Tenente de Infantaria
    Joaquim Silveira era um dos envolvidos no levante do 3º Regimento de Infantaria do Rio de
    Janeiro, em 27 de novembro de 1935; libertado na "macedada", embarca logo em
    seguida para a Europa, com trânsito pelo sul do país e o Uruguai. Designado tenente do
    Exército do Centro, "Quincas" Silveira se distingue em diversas frentes de
    luta, como por exemplo em Huesca, sendo gravemente ferido duas vezes num mesmo combate.
    Roberto Morena o encontra "convalescendo num hospital militar da província de
    Alicante" (1975b: 71), após o que realiza trabalho político junto à direção do
    PCE em Alicante (CARVALHO, 1997: 108). Depois da retirada das Brigadas Internacionais,
    isolado, juntamente com Apolônio de Carvalho, dos demais brasileiros que se encontravam
    na Catalunha, o Tenente Silveira ainda cumpre diversas operações militares antes de ser
    enviado para a Catalunha e a França, no começo de 1939 (GAY DA CUNHA, 1946: 186). Por
    ironia do destino, ele e Apolônio, dois comunistas convictos, viajam para a França
    escoltando um colégio de freiras, também em busca de refúgio dos combates (CARVALHO,
    1997: 116). 
    4) José Homem Correia de Sá.
    Sargento aviador, participante do levante na Escola de Aviação Militar do Rio de
    Janeiro, Correia de Sá acabava de completar 25 anos, em julho de 1937, quando partiu para
    a Espanha, depois de purgar vários meses de prisão. Saído clandestinamente do país,
    juntamente com David Capistrano e Jorge Eneas de Andrade, o Sargento Correia de Sá
    embarca em Montevidéu, num barco inglês  Harlander  com passaporte da
    República espanhola, nome espanhol e suposta naturalidade espanhola. Desembarcando em
    Cherbourg, na França, Correia de Sá contata em Paris o centro de encaminhamento das
    Brigadas Internacionais que funcionava na Maison des Syndicats, rue Mathurin Moreau; em
    setembro, finalmente, atravessou a fronteira de Port Bou, fez curtas escalas em Barcelona
    e em Valência  que continuava como sede do governo republicano, agora dirigido por
    Juan Negrin, socialista moderado que substituiu Largo Caballero  e de lá seguiu
    para Albacete. Correia de Sá e o Cabo Eneas foram enviados a um campo de aviação em Los
    Alcaceres, a 20 km de Cartagena, onde havia aviões de treinamento, de fabricação
    espanhola, e de combate, de fabricação russa e pilotados quase que exclusivamente por
    russos. Mesmo se Correia de Sá, ocasionalmente, desempenhou as funções de instrutor de
    tiro aéreo, "os brasileiros especializados em aviação ficaram subtilizados, até
    que foram mobilizados para a infantaria" (CORREIA DE SÁ, 1979). Designado, com
    outros brasileiros para o Batalhão Garibaldi, da XII Brigada, Correia de Sá foi para o
    serviço especial de comunicações e, mais tarde, para a tropa de combate; na condição
    de soldado, fez a batalha do Ebro, de onde conseguiu escapar sem receber ferimento de
    gravidade, um fato raro nesse batalhão. 
    5) David Capistrano da Costa. Também
    Sargento aviador e igualmente implicado na insurreição de 35, David Capistrano saiu da
    cadeia para a Espanha. Como para os demais militares vinculados ao PCB, o envio se fazia
    com ajuda externa, já que o partido brasileiro atravessava difíceis condições
    financeiras: a passagem era paga pelo PC dos Estados Unidos, através de um comitê
    americano de ajuda à Espanha (SILVEIRA, 1979a). Incluído no Batalhão Garibaldi,
    Capistrano teve brilhante atuação militar, sendo logo promovido a tenente. Enviado a
    diversas frentes, Capistrano comportou-se sempre com bravura, sendo ferido num dos
    combates do Centro-Sul. Em meados de 1938, comandando uma companhia, Capistrano participa
    da ofensiva do Ebro; na retirada das forças republicanas, imobilizou as tropas inimigas
    de metralhadora em punho, permitindo assim a retirada de seus homens e a reorganização
    dos combatentes republicanos em novas linhas de defesa (CANABARRO, 1979a). 
    6) Eneas Jorge de Andrade. Cabo de
    aviação e um dos mais jovens militares voluntários, Eneas de Andrade foi a única
    vítima, do contingente brasileiro, morto em combate. Integrante da segunda leva de
    voluntários brasileiros, ao contrário dos demais que foram designados quase todos para a
    XII Brigada, o Cabo Eneas "não quis combater em outra unidade militar que não fosse
    de aviação" (CORREIA DE SÁ, 1979). Quando estava em sua base de Quintanar de la
    Republica (antiga Quintanar del Rey, a 18 km de Albacete), Correia de Sá veio a Albacete
    para visitar Eneas que, tendo cumprido já algumas ações, tinha sido promovido a tenente
    de aviação; em janeiro de 1938, Correia de Sá recebeu carta dele, acompanhado de foto
    do sanatório onde se encontrava repousando. Pouco tempo depois, Correia de Sá recebe
    carta de Roberto Morena, comunicando a morte de Eneas em combate, sobre Saragoça,
    retornando de uma missão contra aviões alemães e italianos (Idem; MORENA, 1975b: 71). 
    7) Nelson de Souza Alves. Tenente da
    Polícia Militar no Espírito Santo, Nelson Alves participou do movimento aliancista e
    como tal sofreu perseguições e prisão. Vinculado ao PCB, o Tenente Alves foi enviado à
    Espanha no segundo semestre de 1937, sendo designado para a XII Brigada Internacional,
    onde revela brilhante atuação. Ferido gravemente na batalha do Ebro, recebe no hospital
    a notícia de que as brigadas internacionais estão sendo desmobilizadas (setembro de
    1938); do Hospital de Moyá é transferido por caminhão a Barcelona para ser evacuado
    pela fronteira francesa. Recuperado, volta a assumir o posto de comandante de pelotão
    numa das unidades da XV Brigada, reorganizada quase no final da guerra por André Marty em
    pessoa; sua conduta foi exemplar em todas as frentes de combate de que participou.  
    8) Roberto Morena. Um dos poucos
    civis a participar do contingente brasileiro, Morena teve um papel proeminente em função
    de sua posição como líder do PCB. Sindicalista histórico, marceneiro-entalhador de
    profissão, Roberto Morena tinha já uma longa vocação internacionalista, participante
    que foi dos primeiros congressos de unificação do movimento trabalhador
    latino-americano, no ano de 1929, com a criação da Confederação Sindical
    Latino-Americana em Montevidéu e sua vinculação à Internacional Sindical Vermelha, com
    sede em Moscou (RODRIGUES, 1979a, 1979b, 1987; ALMEIDA, 1991). Dirigente do PCB em Porto
    Alegre por ocasião do levante aliancista, Morena passa alguns meses em prisão, no Rio de
    Janeiro, saindo com a "macedada", no mês de junho de 1937. Imediatamente,
    atendendo a instruções da liderança do partido, Morena organizou e despachou o maior
    número possível de voluntários para a Espanha, ele mesmo seguindo viagem em outubro
    daquele ano. Chegando na Espanha em novembro, Morena foi inicialmente ligado ao Batalhão
    Garibaldi: sua missão "era de ser o responsável pelos quadros brasileiros e de (se)
    incorporar a uma unidade militar com o cargo de comissário político. Teve pouca
    participação militar porque o secretariado do Partido Comunista Espanhol achou que
    precisava de alguns quadros no setor administrativo; optaram pela região de Alicante,
    onde fui como instrutor do comitê central do Partido Comunista Espanhol" (MORENA,
    1975a). 
    9) Dinarco Reis. Tendo ingressado na
    Aviação militar como soldado, em 1924, Dinarco Reis era 2º Tenente e militante do PCB
    em 1935, quando participou do movimento insurrecional de 27 de novembro (REIS, 1981). Daí
    em diante, ele seguiu praticamente o mesmo itinerário dos demais companheiros da
    insurreição aliancista e voluntários da Guerra Civil Espanhola: prisão em novembro de
    1935 e expulsão do Exército, libertação condicional em junho de 1937, saída
    clandestina pelo sul do país e embarque em Montevidéu num navio inglês em direção da
    França (SILVEIRA, 1980). Em Paris, em março de 1938, quando muitos brasileiros já
    julgavam perdida a causa da República, Dinarco interviu decisivamente para lembrar-lhes o
    dever de solidariedade e os compromissos com o Partido (CARVALHO, 1997: 124). Designado
    para o 2º batalhão da XII Brigada, Garibaldi, Dinarco Reis serviu sempre na Catalunha,
    no início como simples soldado, tendo sido promovido a cabo três meses depois. Exceção
    rara na guerra e no contingente brasileiro, Dinarco Reis não foi ferido em combate,
    apesar de ter participado de todos os combates na frente do Ebro desde que chegou (REIS,
    1981). Ele também exerceu, durante um certo tempo, funções não combatentes como
    especialista da Força Aérea republicana (CANABARRO, 1967). Participou da ofensiva do
    Ebro e, já na fase final da guerra, foi designado capitão, tendo sido evacuado pouco
    depois com os demais membros do contingente brasileiro (REIS, 1981). 
    10) Delcy Silveira. Natural de Santa
    Vitória do Palmar, no Rio Grande do Sul, o cadete do último ano de Aviação Delcy
    Silveira participou do movimento aliancista e comunista, foi preso e passou mais de um ano
    na cadeia, onde conheceu Roberto Morena e o escritor Dyonélio Machado (SILVEIRA, 1979c).
    Libertado na "macedada" de 1937, não se sentiu seguro e mergulhou na
    clandestinidade; saiu do Brasil, para o Uruguai, por determinação da direção estadual
    do PCB no Rio Grande do Sul, juntamente com Dinarco Reis, seu irmão Eny e Nelson de Souza
    Alves. Em Montevidéu, partilhou sua casa Hermenegildo de Assis Brasil, antes de seguirem,
    no navio polonês Pulaski, para a França e depois Espanha (SILVEIRA, 1979b, 1980).
    Atendendo a convite de um dos comandantes italianos, Randolfo Pacciardi, Delcy, integrante
    da terceira leva de voluntários brasileiros, juntamente com seu irmão Eny, foi
    incorporado ao Batalhão Garibaldi no começo de 1938, entrando imediatamente em ação.
    Em julho de 1938, os republicanos atravessam o Ebro e estabelecem uma cabeça de ponte de
    mais de 30 km na margem direita do rio, pouco depois dos nacionalistas terem dividido a
    zona republicana ao meio ao conquistar Villaroz, no Mediterrâneo. A batalha do Ebro
    mobilizou todas as unidades das brigadas internacionais, nela tomando parte ativa o já
    Tenente Delcy Silveira: ele foi ferido duas vezes nessa ofensiva. Ele só foi ser oficial
    na fase final da guerra, passando a comandar um pelotão em uma companhia de metralhadoras
    pesadas (SILVEIRA, 1979c). 
    11) Eny Antonio Silveira. Irmão de
    Delcy, Eny, "à época do conflito espanhol era estudante ginasial, sendo o mais
    jovem combatente brasileiro na guerra da Espanha e, também, o único civil do grupo e,
    por isto, teve que custear sua ida para a Espanha, o que não aconteceu com os demais,
    todos militares... Combateu na XII Brigada Internacional, (Batalhão) Garibaldi. Foi
    delegado político de pelotão, tendo o posto de Tenente. Era possuidor de grande coragem
    pessoal, tendo sido ferido durante a batalha do Ebro, em combate noturno, ao assaltar uma
    trincheira fascista, num corpo a corpo, em que seu pelotão de 26 homens, após algumas
    horas de luta, ficou reduzido a 6 combatentes, pois os demais estavam fora de combate,
    mortos ou feridos" (SILVEIRA, 1979a). Em setembro de 1938, juntamente com seu irmão,
    Homero Jobim e Nelson de Souza Alves, se encontrava hospitalizado por ferimentos recebidos
    nessa batalha e, até pouco antes da evacuação, participou de tarefas militares no
    âmbito das brigadas internacionais (GAY DA CUNHA, 1946: 156). 
    12) Nemo Canabarro Lucas. Originário
    do Rio Grande do Sul, o Capitão de Cavalaria Nemo Canabarro tinha 29 anos quando abandona
    seu exílio no Uruguai (onde figurava no Estado Maior do oposicionista Flores da Cunha) e
    viaja para a Espanha, via França, no final de 1937, com passaporte fornecido pelas
    autoridades espanholas de Montevidéu. Sem vinculações com o PCB, Nemo Canabarro
    declinou a oferta de alistar-se nas Brigadas Internacionais, preferindo servir no
    Exército republicano espanhol. Mobilizado para a Agrupação do Exército da Catalunha,
    Nemo Canabarro foi designado oficial de Estado Maior na 218ª Brigada Mista da 34ª
    Divisão de Infantaria que integrava o 10º Corpo do Exército do Leste. Como comandante
    da seção de operações da Brigada, Canabarro dedicou-se à inspeção de batalhões
    localizados à margem do rio Noguera-Pallaresa, nos Pirineus, contribuindo para o
    aperfeiçoamento da posição das armas pesadas (metralhadoras e bateria de reserva de 75
    mm). Na Divisão, Canabarro, logo promovido a Capitão e comandante do Estado Maior de sua
    Brigada, nos últimos meses, travou contato como o Capitão Dimitri, conselheiro
    soviético de pouca experiência militar; participou igualmente em operações defensivas
    e ofensivas nos setores de Sorte, das quais resultaram, contra suas observações não
    acatadas, grande número de mortos e feridos. Canabarro esteve ainda em ação em Seo de
    Urgel e na contra-ofensiva de Segre, área de Balaguer, em apoio do exército do Leste ao
    exército do Ebro, durante a fase final da batalha do Ebro. Durante a evacuação, voltou
    a encontrar-se com os demais brasileiros, reagrupados na Catalunha e alinhou-se entre os
    participantes na proteção à retirada dos exércitos do Ebro e do Leste, para a
    fronteira franco-espanhola (CANABARRO LUCAS, 1977, 1979a, 1979b, 1979d). 
    13) José Gay da Cunha. Também de
    Porto Alegre, Gay da Cunha foi ajudante de ordens de Oswaldo Aranha, enquanto ministro da
    Fazenda, em 1932, voltando logo depois para a Escola Militar. Formado tenente de
    aviação, toma parte na insurreição, consegue escapar, mas se apresenta poucos dias
    após. Depois de vários meses de prisão, inclusive num navio ancorado na baía da
    Guanabara, Gay da Cunha refugiou-se no Uruguai e viajou para a França, com documentos
    espanhóis forjados, em companhia de Assis Brasil, no navio francês "Belle
    Isle". Ao embarcar para Perpignan, em princípios de 1938, são acompanhados pelo
    Major Costa Leite, atravessando a fronteira clandestinamente, a pé, na altura de Port Bou
    (GAY DA CUNHA, 1979a e 1979b). Em abril é incorporado ao Batalhão 569 da 143ª Brigada
    Mista do Exército republicano, integrada por sua vez à 24ª Divisão da Agrupação
    Norte do Exército da Catalunha. Nomeado comandante da 1ª Companhia, o Tenente Gay da
    Cunha participa de diversas operações no vale do rio Noguera-Pallaresa, dominando
    posições fascistas naquela área. Em. meados do ano, já integrado ao 24º Batalhão de
    Metralhadoras Motorizado, Gay da Cunha participa da ofensiva do Ebro, onde é ferido
    gravemente; internado durante mais de um mês em hospitais militares, volta, no final do
    ano, ao corpo de voluntários da XV Brigada Internacional, na qual, designado pelo
    próprio André Marty, exerceria funções de comando (GAY DA CUNHA, 1946: 156). 
    14) Hermenegildo de Assis Brasil. De
    tradicional família gaúcha, o Cabo de aviação Assis Brasil figurava entre os mais
    jovens voluntários brasileiros, dentre os quais se distinguiu por extraordinária bravura
    em combate nas frentes de Espanha. Designado como comandante de pelotão de uma unidade
    integrando a 31ª Divisão do X Corpo de Exército, nos Pirineus, Assis Brasil participou
    de violentos combates em meados do ano: "no combate de Piedras de Aolo, no setor de
    Sorte, o Tenente Hermenegildo de Assis Brasil, em operação noturna que começou ao
    crepúsculo e terminou ao alvorecer do dia, repeliu quatro assaltos consecutivos das
    unidades franquistas, ao nível de companhia ou batalhão. Nesse combate, Hermenegildo
    lutou entre seus homens, atuando ao mesmo tempo como comandante da companhia e como
    simples soldado. Um fato é característico de sua ação: ele pessoalmente lançou mais
    de 100 granadas de mão. Carregou nas costas vários de seus homens feridos para o posto
    de primeiros socorros (CANABARRO LUCAS, 1967). Na fase final da guerra e
    praticamente na retirada para a França através dos Pirineus, Assis Brasil ainda chegou a
    dirigir uma companhia, tendo sido designados comandantes de pelotão Capistrano e Nelson
    Alves: "essa unidade, muito bem armada, esteve cercada pelos fascistas e, após duros
    combates, rompeu o cerco, juntando-se à Brigada já na fronteira com a França"
    (SILVEIRA, 1980). Assis Brasil saiu vivo da Espanha, mas veio a morrer na França, pouco
    depois. 
    15) Carlos da Costa Leite. O mais
    graduado e o mais idoso do grupo de voluntários brasileiros, o Major de Artilharia Costa
    Leite era um revolucionário histórico e um dos mais brilhantes líderes da ANL no Rio de
    Janeiro, antes de ser despachado para o comando de uma unidade de artilharia em Bagé,
    onde também serviu o jovem Tenente Apolônio de Carvalho. Na Espanha, Costa Leite serviu
    inicialmente como instrutor do Centro de Organização e Preparação nº 2, localizado
    numa cidade da Catalunha. Em meados do ano já era, contudo, comandante de uma unidade de
    artilharia do Exército do Ebro, num batalhão que participou da última ofensiva das
    forças republicanas naquela região (MORENA, 1975b: 71; GAY DA CUNHA, 1946: 156). 
    16) Homero de Castro Jobim. Gaúcho
    de nascimento, Homero Jobim não havia ainda atingido a maioridade quando foi excluído do
    Exército, como aspirante de Cavalaria, em dezembro de 1935, após haver concluído o
    curso da Escola Militar do Realengo. Um mês antes ele havia tomado parte em reuniões
    preparatórias da insurreição aliancista, o que lhe valeu seis meses de prisão na Casa
    da Detenção do Rio de Janeiro. Depois de alguns meses em Porto Alegre, ele se sente
    ameaçado de prisão, com a intervenção de Vargas no governo local e se refugia em
    Montevidéu e Buenos Aires, onde já se encontravam diversos outros companheiros. Em
    fevereiro de 1938, embarca em Montevidéu com destino à Europa, no Olympic, munido de
    passaporte brasileiro obtido no Consulado brasileiro daquela capital; depois de trânsito
    pela Inglaterra, Bélgica e França, penetra na Espanha, pela fronteira de CerbËre-Port
    Bou, no final de março. Em abril é comissionado no posto de tenente do Batalhão
    Garibaldi da XII Brigada, seguindo imediatamente para a frente do Ebro. Ferido diversas
    vezes nessa frente, Homero Jobim exerce o comando de uma companhia de infantaria durante a
    fase mais aguda dos combates. No mês de setembro, ferido gravemente no pulmão por
    granada de artilharia, é hospitalizado durante dois meses, em Vallarca e no Hospital de
    Mataró, em Barcelona. Ele seria ainda ferido duas vezes mais em outros combates na mesma
    região. Mesmo depois da retirada dos voluntários estrangeiros das frentes de combate,
    participa de diversas ações militares em localidades da Catalunha, no quadro da XV
    Brigada, desta vez no Batalhão "Lincoln", ainda como Tenente (JOBIM, 1979a,
    1979b e 1979c).  
    A esse conjunto de combatentes brasileiros
    deve ser acrescentado alguns nomes de oficiais voluntários que não chegaram contudo a
    pegar em armas pela Espanha republicana; são eles: o Major Alcedo Cavalcanti,
    ex-professor do Estado-Maior do Exército brasileiro e provisoriamente exilado no Uruguai,
    os oficiais Celso Tovar Bicudo de Castro e Paulo Machado Carrión e o Tenente aviador
    Carlos Brunswick França, todos participantes do movimento aliancista. Os três primeiros
    não chegaram a ir para a Espanha: em Paris, desentenderam-se com as autoridades
    espanholas e voltaram para o Uruguai; o Tenente França foi à Espanha, mas não chegou a
    combater, pois as autoridades militares já estavam retirando os pilotos estrangeiros
    (CORREIA DE SÁ, 1979; CANABARRO LUCAS, 1979a). 
    Em contrapartida, poderiam ser arrolados ao
    grupo de voluntários saídos do Brasil, diversos outros combatentes estrangeiros que, na
    maior parte, eram ou tinham sido imigrantes ou residentes, numa ou noutra época, no
    Brasil. Caberia citar, em primeiro lugar, os combatentes da primeira hora que foram os
    italianos antifascistas e, como menção especial, os militantes comunistas ou
    progressistas de origem judaica, duas categorias que engajaram-se decisivamente na luta
    antifascista espanhola, para eles parte do combate mundial contra as ditaduras
    nazi-fascistas que, na mesma época, estavam massacrando militantes comunistas e
    socialistas e, particularmente, judeus alemães.  
    17) Ramón Prieto Bernié. Espanhol
    residente no Brasil, onde exercia a profissão de jornalista, foi um dos participantes do
    movimento aliancista e, como tal, teve de sair do Brasil. Integrado numa unidade do
    Exército republicano, a 100ª Brigada do V Corpo do Exército, Prieto serviu em seguida
    como comissário da XII Brigada dessa força: segundo Apolônio, ele foi "cinco vezes
    ferido, cinco vezes de volta ao front" (1997: 125). Também integrado como combatente
    ao batalhão Garibaldi, na batalha do Ebro, Prieto atuou como comandante de uma companhia
    de metralhadoras, refugiando-se, depois da guerra, na Argentina (PRIETO: 1966).  
    18) Libero Battistelli. Republicano,
    advogado e escritor, pertencente ao movimento socialista "Giustizia e Libertà",
    militante da causa antifascista que, para escapar à polícia de Mussolini, tinha emigrado
    para o Brasil, onde se tornou agricultor, mas aqui desenvolveu, também, atividades
    editoriais e jornalísticas. "Acorreu à Espanha, com a mulher, em setembro de 1936.
    Depois de ter feito parte do [batalhão] Rosselli e comandado um grupo de
    artilharia, na formação Ascaso [líder anarquista], vem à Garibaldi, em abril de 1937,
    assumindo o comando do 1º batalhão" (CALANDRONE, 1967: 616). O major Battistelli
    foi golpeado quando comandava um ataque seu batalhão num ataque sem apoio aéreo ou de
    artilharia na região de Huesca, onde pouco antes tinha sido atingido por um canhonaço
    fascista o famoso comandante bolchevique de origem húngara Lukacs. Segundo o comandante
    italiano Pacciardi, que coordenava as operações, "Battistelli Ë della teoria che
    un comandante non deve mai abbassarsi, un comandante non deve mai ripararsi. Armato di una
    bonaria filosofia fatalista, agitando la cannetta come se andasse a vedere il racolto
    della sua fazenda brasiliana, Battistelli va incontro alla morte" (1938:
    237). 
    19) Francesco Leone. Também
    italiano, mas nascido em 1899, em São Paulo, onde seus pais eram trabalhadores
    agrícolas, o revolucionário profissional Francesco Leone foi criado na Itália, aderiu
    ao PCI desde sua constituição, recebeu formação militar na União Soviética, militou
    intensamente na clandestinidade, até ser preso pela polícia de Mussolini e condenado a
    sete anos. Em 1934, desfrutando da dupla nacionalidade, retornou ao Brasil, aqui
    envolvendo-se igualmente nas atividades do PCB e da ANL; fugindo à repressão varguista,
    Leone viaja para a França, começando a trabalhar para a organização humanitária de
    vinculação comunista, Secours Rouge International, que o envia à Espanha assim que
    explodiu a guerra civil (LEONE, 1981; ANDREUCCI-DETTI, 1966: III, 92-93). Já em agosto de
    1936, ele encontrava-se em Madri, servindo como comissário político na centúria Gastone
    Sozzi (que tinha sido seu colega em Moscou), antes mesmo que o Governo republicano
    autorizasse a formação das Brigadas Internacionais (CALANDRONE, 1967: 602-604).  
    20) Ernest Yosk. Judeu alemão,
    militante socialista, tinha emigrado ao Brasil no final dos anos 20, envolvendo-se com a
    agitação comunista de meados da década seguinte: preso em São Paulo, deportado para a
    Alemanha pela polícia de Vargas, aliás no mesmo barco em que viajava Apolônio, o Bagé,
    ele consegue escapar no porto do Havre, rumando logo em seguida para a Espanha onde se
    integra às Brigadas (CARVALHO, 1997: 86-87 e 131). Já quarentão, Yosk foi internado com
    os demais brigadistas nos campos de ArgelËs e de Gurs; mais tarde, ele vem a fugir, mas
    permaneceu na França, onde se incorporou aos grupos de resistência anti-nazista; segundo
    certas informações, ele veio a morrer num campo de concentração alemão, em
    circunstâncias não elucidadas.  
    21) Wolf Reutberg. Outro judeu, de
    origem romena, trabalhou na Light and Power de São Paulo, enquanto esteve emigrado no
    Brasil e militou na ANL ainda muito jovem. Expulso do Brasil, também se dirige à
    Espanha, participando dos combates nas fileiras das Brigadas (DULLES, 1985: 38 e 174).
    Internado nos campos franceses, ele foge com os demais brasileiros durante o caos gerado
    pela invasão da França. Participou das primeiras organizações de resistência e, em
    1942, estava nas fileiras dos Franc-Tireurs et Partisans, seção MOI (mão-de-obra
    imigrada). Segundo Apolônio, ele foi preso quase no final do conflito, tendo sido
    sumariamente fuzilado (DIAMANT, 1979: 371; CARVALHO, 1997: 167). 
    Outros combatentes na Espanha, tiveram, num
    momento ou noutro de suas vidas, vínculos com o Brasil, como o comunista italiano Nino
    Nanetti, aqui nascido mas criado na Itália, onde teve intensa militância comunista;
    um dos voluntários italianos da primeiríssima hora, já em agosto de 1936 ele
    participava dos primeiros combates no Aragão (DELPERRIE DE BAYAC, 1968: 48), vindo a
    morrer, em abril de 1937, despedaçado num bombardeio aéreo (LONGO, 1956: 337). Desde
    1923 no Brasil, o suíço Otto Brunner tinha trabalhado no Mato Grosso, entrando em
    contato com a Coluna Prestes, quando ela se interna na Bolívia, mas já em 1927 ele se
    encontrava de volta à Suíça, de onde sai para a Espanha numa das primeiras levas de
    combatentes voluntários (ZSCHOKKE, 1976: 93). Na vertente, "surrealista", pode
    ser citado Benjamin Peret, companheiro de André Breton, e que viveu no Brasil
    entre 1928 e 1932, tendo um filho brasileiro; retornado à França, foi um dos primeiros a
    seguir para a Espanha, em grande medida por impulso romântico-revolucionário de
    colaborar com as atividades do POUM; ele saiu depois das jornadas de maio de 1937 em
    Barcelona, que assistem à repressão à oposição de esquerda (NAVILLE, 1981).
    Finalmente, consta que Oreste Ristori, velho militante anarquista de ascendência
    italiana e pioneiro das lutas classistas do proletariado brasileiro, se teria alistado
    como voluntário nas Brigadas Internacionais, depois de ter sido expulso pela última vez
    do Brasil, em abril de 1936 (DULLES, 1977: 41 e 427), mas não há evidências positivas
    nesse sentido. Eduardo Maffei, aliás, indica a pouca consistência do suposto
    "episódio espanhol" na vida do grande militante anarquista Ristori (1979b:
    119-120).  | 
  
  
      | 
      
      VI.
    Os Brasileiros na Guerra Civil 
    Nas Brigadas Internacionais estavam
    representados 53 países: a quinzena de voluntários brasileiros ali integrados constituiu
    a modesta porém decidida ação de solidariedade internacionalista por parte do movimento
    antifascista do Brasil em relação à República espanhola. O pequeno número de
    brasileiros, assim como a diversidade de suas especializações militares não permitiram
    que se constituísse uma unidade homogênea; ademais, o grande espaço de tempo entre uma
    chegada e outra  do início de 1937 a março de 1938  dificultou a
    concentração do grupo brasileiro numa única unidade, acrescido ao fato da grande
    mobilidade organizacional dos diversos batalhões internacionais, permanentemente
    submetidos a grandes drenagens humanas, necessitando assim recomposições rápidas, sem
    distinção de nacionalidade (BROUÉ-TÉMIME, 1961: 357-358; BROME, 1965: 191). A partir
    de uma determinada fase da guerra, aliás, existiam mais espanhóis que estrangeiros nas
    brigadas internacionais: "A medida que o fluxo de voluntários diminuía, pelo que os
    batalhões ameaçavam ficar reduzidos nas suas forças, eram transferidos espanhóis do
    seu próprio exército ainda em crescimento e cada vez mais disciplinado" (BROME,
    1965: 293).  
    Os voluntários brasileiros, tendo chegado
    à Espanha a partir de meados de 1937, com a exceção precoce do Tenente Besouchet,
    combateram nos dois terços finais da guerra civil, permanecendo em território espanhol
    até os últimos momentos do esforço republicano: de julho de 1937 a janeiro de 1939, os
    brasileiros estiveram representados em todas as frentes de combate  de Belchite a
    Teruel, de Lerida ao Ebro, passando por Huesca e pelas campanhas de Aragão e das
    Astúrias e, finalmente, pela da Catalunha , nas diversas armas militares engajadas
    na luta  artilharia, infantaria, cavalaria blindada e aviação militar  e
    também como comissários políticos de unidades específicas. 
    Nesse período, apesar de efêmeros sucessos
    governamentais  a captura de Belchite, o ataque a Teruel, a ofensiva do Ebro 
    as tropas rebeldes estiveram constantemente em avanço e a situação das forças
    republicanas e internacionais não deixou de ser crítica, mesmo se a melhor organização
    destas últimas, a partir de meados de 1937, conseguiu prolongar o conflito e postergar a
    derrota militar do Governo republicano. Mas, mesmo na ofensiva do Ebro, o destino da
    República estava selado. Delcy Silveira traduz sua própria experiência nessa fase:
    "A tática dos fascistas era escolher dois quilômetros de frente e concentrar todo o
    peso da aviação e da artilharia durante o dia e depois avançar com tanques e homens.
    Uma vez quebrada a frente, não se conseguia mais deter o avanço do inimigo: levavam de
    roldão o que restava das forças republicanas. A concentração de fogo durante esses
    ataques localizados era impressionante: a topografia do terreno chegava a mudar"
    (1979c).  
    Não há dúvida que a derrota foi antes
    militar do que política, a despeito das acirradas divisões ideológicas entre as forças
    que compunham a Frente Popular, e mesmo essa derrota militar deve ser avaliada levando-se
    em conta os recursos materiais e humanos postos à disposição de cada um dos
    adversários. A mobilização dos fascismos em favor de Franco foi, nesse caso, decisiva:
    em 1º de dezembro de 1936, a Alemanha e a Itália tinham encaminhado cerca de 300 aviões
    e quase 100 tanques, além de centenas de peças de artilharia e de metralhadoras, dezenas
    de milhares de granadas de mão e toneladas de munição para armas automáticas
    (COVERDALE, 1975: 115). O esforço redobraria nas grandes batalhas do ano seguinte. 
    A mesma desproporção gritante se revelou
    nos "recursos humanos": em janeiro de 1937, quando não se tinha conseguido
    ainda juntar dez mil voluntários internacionais ao lado das forças republicanas, já
    havia 30 mil italianos de Mussolini combatendo por Franco (BROME, 1965: 191). Essa
    constatação de uma "luta dura e desigual" corresponde à percepção dos
    próprios brigadistas que combateram pela República: Dinarco Reis, por exemplo, que
    condena o atendimento pelo Governo republicano da solicitação da Liga das Nações de
    retirada de "todos" os corpos estrangeiros, é eloqüente nesse aspecto: "O
    governo da República aceitou e cumpriu à risca esse compromisso; o mesmo não se deu do
    lado franquista. (...) A ajuda de toda a natureza recebida pelos franquistas era
    imensamente maior e sem limites. (...) A derrota militar das forças armadas espanholas da
    maneira rápida como ocorreu foi devida, entre outros fatores, pela falta de recursos
    materiais para prolongar a resistência. Era geral a carência não só de armamentos e
    recursos bélicos como de elementos vitais para a população da retaguarda (REIS, 1981). 
    Portanto, se a intervenção estrangeira do
    lado republicano não foi decisiva  em termos de homens ou armas  para o
    desempenho efetivo de guerra, mesmo se ela assumiu uma grande importância em determinados
    momentos da condução do conflito, já a ajuda das potências fascistas foi essencial
    para a vitória militar de Franco: sem ela, dificilmente o golpe militar de julho de 1936
    teria se transformado em guerra civil e esta assumido as proporções que teve no decorrer
    dos três anos seguintes. Os ex-combatentes brasileiros entrevistados são unânimes em
    reconhecer a capacidade militar superior das tropas rebeldes como o principal fator da
    vitória franquista, contribuindo inclusive para agravar as dissensões políticas no seio
    das forças republicanas. Por outro lado, a capacidade de resistência da República
    espanhola, durante os três longos anos de uma cruel guerra civil, foi antes de mais nada
    a expressão de uma vontade política extremamente combativa, que só se poderia explicar
    pela moral elevada dos soldados e civis empenhados naquela resistência.  
    Nenhum brasileiro voluntário foi para a
    Espanha por espírito de aventura ou como tentativa romântica de se projetar
    militarmente; todos assumiram conscientemente seu lugar no combate antifascista do povo
    espanhol e contribuíram, ainda que modestamente, no esforço de guerra republicano.
    Roberto Morena, responsável que foi por grande parte dos quadros militares brasileiros na
    Espanha, escreveu que "nas unidades para as quais os brasileiros foram enviados, seu
    comportamento sempre mereceu o elogio de seus comandantes" (1975b: 71) e,
    reconhecidamente, todos eles foram promovidos, com exceção de Costa Leite que conservou,
    desde o início, seu já alto posto de Major do Exército Republicano espanhol. Nemo
    Canabarro, Gay da Cunha, Dinarco Reis, Apolônio de Carvalho e Joaquim Silveira foram
    promovidos ao posto de Capitão de suas unidades militares respectivas; Assis Brasil (que
    era apenas cabo no Brasil), Correia de Sá, Capistrano, Delcy, Eny e Homero Jobim
    atingiram o posto de Tenente; o Cabo Eneas, antes de morrer em combate, tinha sido
    promovido a Tenente de aviação.  
    Como informa, aliás, Apolônio de Carvalho,
    nem todos os brasileiros deslocados voluntariamente para a Espanha puderam empregar
    plenamente suas qualificações militares. "Metade de nosso contingente militar, por
    exemplo, provinha da Aeronáutica, mas apenas Eneas Jorge de Andrade conseguiu lugar na
    aviação espanhola... (...) Independentemente de tais vicissitudes, no entanto, ao fim da
    guerra todos os nossos voluntários serão promovidos, por merecimento, ao posto de
    capitão..." (CARVALHO, 1997: 123). Uma frustração unanimemente partilhada pelos
    brasileiros eram as condições inferiores de luta a que estavam submetidas as forças
    republicanas. Como disse Delcy Silveira, "enquanto os fascistas disparavam dez
    obuses, os republicanos só ripostavam uma vez" (1979c). 
    VII. Derrota e Evacuação 
    Em abril de 1938, o território espanhol
    ainda sob controle do Governo republicano é dividido em duas partes, como conseqüência
    da ofensiva fascista no estuário do Ebro e a conquista de Villaroz, no Mediterrâneo: a
    Catalunha fica isolada do centro, acrescentando novos problemas estratégicos às já
    pesadas tarefas do Governo de Valência. A tentativa de romper o domínio fascista sobre
    essa frente foi a última ofensiva coordenada do lado republicano: de julho a setembro de
    1938, as forças combinadas republicanas, espanholas e internacionais, são concentradas
    na margem do Ebro, conseguindo estabelecer uma cabeça de ponte de mais de 30 km no lado
    direito do rio. As Brigadas Internacionais, já parcialmente desagregadas nessa época,
    são totalmente engajadas nessa frente, e nela os voluntários brasileiros recebem sua
    mais dura prova de combate: praticamente todos recebem ferimentos, de maior ou menor
    gravidade, ao participarem das ferozes lutas que se travam em torno da conquista de poucos
    palmos de terreno. 
    A 21 de setembro, em Genebra, perante a
    Sociedade das Nações, o Chefe do gabinete republicano, Juan Negrin, anuncia a decisão
    do Governo espanhol de retirar todos os voluntários internacionais das frentes de
    combate, numa controvertida tentativa de mostrar que o lado legalista não precisaria
    recorrer a forças estrangeiras para enfrentar um conflito interno. Os poderes fascistas,
    que nunca se haviam submetido ao controle do "Comitê de Não-Intervenção",
    aproveitam-se desse gesto gratuito e unilateral para reforçar ainda mais a ajuda à
    Franco, esperando eliminar rapidamente a já debilitada resistência republicana. Os
    voluntários brasileiros, muitos deles internados em hospitais da Catalunha, são
    informados dessa decisão ao mesmo tempo que da notícia do Acordo de Munique, entre
    Daladier, Chamberlain e Hitler, consubstanciando a entrega da Checoslováquia à Alemanha.
    Roberto Morena enviou uma carta a todos os brasileiros combatentes na Espanha: "pela
    primeira vez Morena falava na retirada dos quadros brasileiros e na necessidade de
    preservar sua experiência para as lutas no Brasil" (SILVEIRA, 1979c). 
    Em 15 de novembro de 1938, já
    desmobilizados, os voluntários internacionais participam da parada de despedida, em
    Barcelona, saudados por Negrin e La Passionaria e aclamados delirantemente pela
    população. Em Barcelona, se encontravam naquela ocasião todos os voluntários
    brasileiros que tinham participado ultimamente de operações militares no âmbito do
    Exército do Leste: Gay da Cunha, Dinarco Reis, Homero Jobim, Correia de Sá, Delcy
    Silveira, Nelson de Souza Alves, David Capistrano, Nemo Canabarro, Costa Leite, Assis
    Brasil e Eny Silveira. Os demais, Joaquim Silveira, Apolônio de Carvalho e Roberto Morena
    ainda estavam no Centro, agora isolado dos Pirineus, e apenas os dois primeiros
    conseguiram chegar à Catalunha nos dois meses seguintes. 
    A desmobilização é, contudo, parcial, já
    que nem todos os combatentes internacionais poderiam sonhar em voltar a suas pátrias. Os
    voluntários de países democráticos  franceses, ingleses, americanos e alguns
    latino-americanos como mexicanos e cubanos  foram retirados sem maiores problemas,
    mas os combatentes de países fascistas ou antidemocráticos não tinham para onde ir. Em
    dezembro, o Governo mexicano permitiu a idade de 6.600 voluntários internacionais que
    esperavam repatriação: foram fretados cinco vapores que deveriam atracar em Bordéus e
    oferecidos passaportes aos que conseguissem obter visto de transito do Governo francês
    (CORREIA DE SÁ, 1979; GAY DA CUNHA, 1946: 187). Os voluntários recebem o passe de saída
    do Governo republicano e se colocam em marcha para a fronteira: são milhares de
    combatentes de todas as nacionalidades, agora desarmados e combalidos, fazendo dezenas de
    quilômetros a pé, sob neve e frio. Contudo, quando se apresentam na fronteira francesa,
    a 6 de janeiro de 1939, não lhes é permitida a entrada, sendo obrigados a voltar para os
    centros de desmobilização, organizados precariamente. 
    Entrementes, Franco dá início à campanha
    da Catalunha, região que no espaço de dois meses cairia sob seu controle: em dezembro
    oito divisões blindadas  italianas em sua maior parte  irrompem na Catalunha.
    Surpreendentemente, Barcelona cairia em menos de dois dias de luta, resultado sem dúvida
    da ação da quinta coluna no interior da cidade (THOMAS, 1977: 870-873; GAY DA CUNHA,
    1946: 189). André Marty reconvoca os voluntários disponíveis para lutar, mas apenas
    para efetuar ações de retardamento: a XV Brigada é reorganizada rapidamente e os
    brasileiros se apresentam para pegar em armas novamente. Designado comandante de
    Estado-Maior da Brigada, Gay da Cunha começa a organizar uma companhia, apontando os
    oficiais Assis Brasil, Nelson Alves e David Capistrano para comandantes de pelotão. No
    mesmo grupo figuravam ainda Dinarco Reis, Nemo Canabarro, Homero Jobim, Correia de Sá,
    Delcy e Eny Silveira, cuja tarefa era fundamentalmente organizar a retaguarda da coluna de
    retirada e manter a ordem nos comboios de refugiados.  | 
  
  
      | 
    No
    final do mês de janeiro, mais de duzentas mil pessoas se acotovelam na fronteira
    francesa. Os anarquistas da FAI, que já há algum tempo antes se tinham retirado da
    Frente Popular e que, mesmo depois de abandonar as frentes de luta, tentam ainda conservar
    suas armas, provocam alguns incidentes, rapidamente debelados pelas forças organizadas
    dos voluntários internacionais (GAY DA CUNHA, 1946: 189). No dia 9 de fevereiro,
    finalmente, na presença do Presidente do Conselho Juan Negrin, do Secretário-Geral da
    Defesa Coronel Antonio Cordón e de André Marty, os voluntários atravessam a fronteira.
    Era o final das Brigadas Internacionais, que atravessam a fronteira "num cenário de
    êxodo bíblico", segundo as palavras de seu comandante, Luigi Longo (1956: xix).
    Nessa altura, o regime de Vargas, cada vez mais pró-fascista, já tinha-se decidido a
    reconhecer o governo de Franco, um dos primeiros no mundo a fazê-lo, com a ditadura
    estadonovista de Salazar. 
    Quanto a Roberto Morena, ele "havia
    ficado na província de Alicante, cuja capital sofria bombardeios aéreos todos os
    dias..." (1975b: 71), e ainda se encontrava lá, mesmo depois da traição da junta
    de capitulação de Casado, Besteiro e Miaja, em princípios de março (THOMAS, 1977:
    902-903). "No dia 30 de março, os italianos de Gambara entravam em Alicante..."
    (Idem: 915); pouco antes, na madrugada desse mesmo dia, Roberto Morena pegava o último
    navio a largar o porto de Alicante  o Stanbroock, barco espanhol de bandeira inglesa
    , "subindo por uma corda porque o navio já se estava retirando..."
    (MORENA, 1975a, 1978). Os que ficaram para trás foram fuzilados sumariamente. O navio
    atraca em Oran, na Argélia francesa, e, com milhares de outros refugiados, Morena é
    internado num campo de concentração em Boghar, no interior do país. Em meados do ano,
    depois de duas tentativas de fuga, Morena embarca para a União Soviética, que estava
    recebendo um certo número de refugiados espanhóis; lá, Roberto Morena deveria
    permanecer durante cerca de um ano  trabalhando numa fábrica de tratores de
    Tcheliabinsk, entre outras atividades  antes de voltar à América do Sul pelo
    Pacífico. 
    "Para todos os refugiados começa
    então a terrível provação do exílio. Na África do Norte ou na França, eles são
    internados em campos onde enfrentam condições materiais e morais muito duras, esperando
    o acolhimento por um pais estrangeiro ou a autorização para permanecer na França"
    (BROUÉ-TÉMIME, 1961: 498). Com exceção de Morena, todos os demais brasileiros são
    encaminhados aos campos de ArgelËs-sur-mer ou de Saint-Cyprien  mais tarde ao de
    Gurs, nos Pirineus orientais  com dezenas de milhares de outros refugiados. Correia
    de Sá, que foi encaminhado ao de ArgelËs, diz que "os franceses nos encurralaram na
    praia, vinte quilômetro de mar, cercaram com arame farpado e nos deixaram lá, ao ar
    livre, na chuva, em pleno inverno, um vento terrível que levantava a areia; nos forneciam
    comida, aos tachos, mas nada de habitação" (1979).  
    A Garde Mobile, responsável pela
    vigilância dos refugiados, delegava o trabalho de enquadramento aos Tirailleurs
    Sénégalais, o que não contribuía em nada para facilitar os contatos com as autoridades
    francesas. No romance Saga, o escritor Érico Veríssimo, com base nos depoimentos
    de Homero Jobim e de um espanhol refugiado, Jesus Corona, reconstituiu o clima pavoroso do
    campo de ArgelËs-sur-mer: "...somos cerca de 180 mil homens encurralados como
    animais entre o mar e uma cerca de arames farpados, guardados por tropas senegalesas...
    (...) a disenteria faz dezenas de vitimas. Não temos recursos para os medicar. Há homens
    que caem e se entregam" (1960: 179 e 181). Delcy diz que esse campo logo se
    transformou "num mar de merda", mas depois foram organizados precários
    banheiros coletivos; "um burro que ocasionalmente havia aparecido no campo foi, em
    questão de segundos, devidamente esquartejado e posto no caldeirão..." (1979c). 
    Em abril, os ex-voluntários brasileiros
    são visitados no campo pelo Conselheiro Carlos da Silveira Martins Ramos, encarregado de
    negócios junto ao Governo republicano espanhol, que se havia retirado com o Presidente do
    Conselho, Negrin, então já desligado da representação e lotado em Paris. Ele oferece
    passaportes aos que desejassem voltar ao Brasil, além de facilitar a vida dos demais,
    conseguindo cobertores e alimentos. Aqueles que não tinham condenação no Brasil
    aceitaram a repatriação. O diplomata, que relatou a Delcy ter ele próprio recomendado
    ao Governo brasileiro o reconhecimento do governo franquista, forneceu algum dinheiro e
    documentos de viagem aos brasileiros (1979c). No mesmo mês, Nemo Canabarro, Homero Jobim,
    Nelson Alves e os irmãos Silveira receberam os passaportes e tomam um barco em Marselha,
    o vapor "Mendoza", com destino à América do Sul.  
    Na volta ao Brasil, ficaram alguns dias
    detidos na Polícia do Rio de Janeiro e depois de interrogados ganham a liberdade. Os
    demais, isto é a maioria, permaneceriam ainda em campos de concentração durante vários
    meses, pelo menos até o começo da guerra, no mês de setembro. Com a construção do
    campo de Gurs  "os franceses instalaram barracas enormes nos Pirineus orientais
    e nos transportaram todos"  são transferidos para lá: Costa Leite, Assis
    Brasil, Joaquim Silveira, Gay da Cunha, Dinarco Reis, Correia de Sá, David Capistrano,
    Apolônio de Carvalho e Nelson Alves (CORREIA DE SÁ, 1979).  
    Quando se iniciou a guerra, em setembro, as
    autoridades militares francesas fizeram pressão para que os ex-combatentes internacionais
    e espanhóis se alistassem na Legião Estrangeira para lutar contra os alemães.
    "Inclusive, o General Gamelin, que tinha sido o Chefe da missão militar francesa no
    Brasil (e, nessa condição, professor de Costa Leite), foi ao campo e nos convida para
    integrar a Legião Estrangeira, com os mesmos postos que tínhamos na Espanha. Nós
    concordamos com a manutenção das patentes, mas não no quadro da Legião Estrangeira,
    que era uma força de repressão colonial, e sim no Exército francês, mas eles não
    aceitaram" (CORREIA DE SÁ, 1979). Pouco tempo depois, mesmo condenados no Brasil,
    Gay da Cunha e Correia de Sá conseguem, através da representação brasileira em Paris
     onde trabalhava um sobrinho do ex-Ministro das Relações Exteriores, Pimentel
    Brandão , passaportes de repatriados, concedidos pelo Consulado em Marselha; no
    começo de 1940, antes que os alemães rompessem a frente francesa, embarcam separadamente
    para a América do Sul.  
    Os demais permanecem no campo alguns meses
    mais, enfrentando em seguida destinos diversos. Apolônio de Carvalho, Capistrano e
    Dinarco Reis fogem de Gurs, "aproveitando o caos reinante", em meados de 1940 e
    vivem, legal ou clandestinamente, na França de Vichy, em regiões diversas e com
    ocupações diferentes. Dinarco Reis conta que "Hermenegildo, eu, Joaquim [Silveira]
    e Wolf [Reutberg] conseguimos atingir Paris quando esta era ocupada pelos alemães. Costa
    Leite, Apolônio e outros foram para Marselha. Correia de Sá escapou para Portugal e
    Capistrano caiu preso pelos alemães sendo, porém, libertado e voltado a Marselha um ano
    depois" (1981). 
    Correia de Sá, condenado no Brasil, vive
    alguns meses, clandestinamente, em Portugal, onde tenta alistar-se no Exército de Chiang
    Kai-chek para combater os japoneses que haviam invadido a China, mas não obteve ajuda da
    Embaixada chinesa em Lisboa. Detido no segundo semestre de 1940 pelas autoridades
    portuguesas, passa algum tempo no Forte de Caxias, onde também se encontrava Álvaro
    Cunhal, com quem trava conhecimento. Expulso do país, com a ajuda do Cônsul brasileiro
    que lhe consegue o repatriamento, consegue entrar clandestinamente no Brasil, onde
    permanece alguns meses antes de juntar-se aos demais exilados em Buenos Aires (1979). 
    Em julho de 1941, Joaquim Silveira e Dinarco
    viajam para Marselha, onde já se encontrava Apolônio, de onde passam a Portugal en fins
    de 1941, juntamente com Capistrano. Este último viaja ao Uruguai, Silveira foi para o
    México e Dinarco entrou clandestinamente na Venezuela, onde passou quatro meses, viajando
    então ao Rio de Janeiro, onde permanece na ilegalidade, mas retomando os contatos com o
    PCB (REIS, 1981). Quanto a Assis Brasil, ainda no Campo de Gurs, ele foi mobilizado
    compulsoriamente para as frentes de trabalho nos primeiros meses da guerra, sendo obrigado
    a reforçar a linha Maginot na fronteira franco-belgo-luxemburguesa. Depois da ofensiva
    alemã, Hermenegildo, Reutberg e outros quatro brasileiros ficam no mesmo campo de
    prisioneiros, de onde conseguem escapar, sob fogo de metralhadoras. Em 28 de junho de
    1940, eles conseguem chegar a Paris, depois de 120 quilômetros de marcha noturna.
    Novamente a caminho da liberdade, Assis Brasil vem a morrer acidentalmente de septicemia
    durante uma extenuante jornada para a França de Vichy (BARATA, 1950: 127).  
    Apolônio de Carvalho, por sua vez, tendo
    feito contatos com militantes comunistas brasileiros, consegue estabelecer-se em Marselha,
    primeiro dando aulas de francês a judeus refugiados desejosos de emigrar ao Brasil,
    depois trabalhando no próprio Consulado, como auxiliar local (CARVALHO, 1997: 138-139).
    Em 1941, já encontram-se reunidos em Marselha Costa Leite, Dinarco, Joaquim Silveira e
    Capistrano. Quando do rompimento de relações entre o Brasil e a Alemanha e da invasão
    por esta última da "zona livre" francesa, Apolônio deixa o serviço no
    Consulado e ingressa na resistência ao ocupante nazista, participando desde as primeiras
    horas da organização de grupos de partisans (CARVALHO, 1979a, 1979b, 1997: 144-145). Ele
    só retorna ao Brasil, depois de tantos combates, no final de 1946. 
    Costa Leite, Joaquim Silveira e Nelson Alves
    conseguem, de várias maneiras alcançar a América do Sul, refugiando-se em Buenos Aires,
    onde também chegaria, em meados de 1941, vindo da União Soviética, Roberto Morena,
    acompanhado do líder do PCB Fernando de Lacerda. Com a intensificação da campanha pela
    entrada do Brasil na guerra, ao lado dos aliados, vários do exilados brasileiros em
    Buenos Aires operam uma entrada em massa no Brasil, com a intenção de se oferecerem
    voluntários para o eventual corpo expedicionário que se constituiria dessa ação: Nemo
    Canabarro, no Brasil, lança a idéia de formação de um "Exército de Voluntários
    Americanos" para combater nos campos da Europa o totalitarismo fascista, tentando
    forçar, sem resultados nessa fase, uma mudança na orientação pró-Eixo do Governo
    Vargas. Os exilados brasileiros não conseguem, contudo, maior repercussão com seu
    controvertido ato: são todos presos à sua entrada na fronteira e enviados para a
    ilha-prisão de Ilha Grande no Rio de Janeiro, entre eles Correia de Sá. Ironicamente, o
    diretor da Penitenciária era um tio do escritor Érico Veríssimo, o também gaúcho
    Nestor Veríssimo (CORREIA DE SÁ, 1979; VERISSIMO, 1973).  | 
  
  
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        General Lukacs, novela, Moscou: Editorial Progreso, Mijail. (s.d. [1962]). El
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        ZSCHOKKE, Helmut. (1976). Die
        Schweiz und der Spanische Bürgerkrieg, Zurique, Limmat Verlag, Helmut. (1976). Die
        Schweiz und der Spanische Bürgerkrieg, Zurique, Limmat Verlag 
(*) Publicações
do autor:  Le
    Mercosud: un marché commun pour lAmérique du Sud (Paris: LHarmattan,
    2000); O estudo das relações internacionais do Brasil (São Paulo: Unimarco,
    1999); O Brasil e o multilateralismo econômico (Porto Alegre: Livraria do
    Advogado, 1999); Velhos e novos manifestos: o socialismo na era da globalização (São
    Paulo: Juarez Oliveira, 1999); Mercosul: fundamentos e perspectivas (São Paulo:
    LTr, 1998); Relações internacionais e política externa do Brasil (Porto Alegre:
    UFRGS, 1998). 
       
     
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