Editorial |
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Nascida sob os auspícios do encantamento do hispanismo, a revista Hispanista se curva, neste momento, a esta nova emoção e apresenta, em CRIAÇÃO, instigante texto de autoria de André Luiz Gonçalves Trouche. Em Será mesmo este, o país, do futebol?, o autor compara o universo do futebol com outras manifestações de cultura e paixão popular, no inquestionável e privilegiado papel que ocupa no imaginário brasileiro. Ainda
na seção CRIAÇÃO, o sincretismo religioso é estudado pela
pesquisadora e escritora Tereza Marques de Oliveira Lima que fala sobre
candomblé e Iemanjá no belo texto Iemanjá, a senhora das águas
salgadas, ao analisar, de maneira final, a história de vida e obra de
Luísa Leonardo, escritora baiana do século XIX. Alexis Márquez Rodríguez, afamado escritor venezuelano y gran colaborador de Hispanista, enriquece a mesma seção, ao exteriorizar, com seu vigor patriótico, seus sentimentos pelo estado natal em Cumpleaños. O
laureado poeta Reynaldo Valinho Alvarez nos brinda com seus poemas cuja
inspiração obedece a sincretismo ibero-americano, a rostos goyescos, a
tradições galegas. Novamente o autor se faz presente com poemas do livro
Das rias ao mar oceano, para cantar aspectos
fundamentais da multifacetada cultura hispânica. Em
ESTUDOS LITERÁRIOS temos o privilégio de contar com o texto da renomada
e premiada professora Maria de Lourdes Martini, que se coloca como um
leitor ávido para alcançar um novo sentido em seu trabalho intitulado Una
Lectura de Romance Sonámbulo, de Lorca. O
escritor, tradutor e romancista argentino, Fernando Sorrentino, uma vez
mais nos prestigia com um vigoroso
texto: Borges y Arlt: las paralelas que se tocan.
Neste artigo, Fernando Sorrentino assinala fortes coincidências entre os
dois escritores coetâneos. O
teólogo Fidel García Martínez, nosso fiel colaborador, de Espanha, traz
A Prosa Ascético-Mística de San Alonso de Orozco, estudando sua
prosa agustiniana e o uso do romance castellano, para a exposição de
temas graves e delicados na experiência ascético-mística. Fredy
Villarreal Vergara, do Panamá, fala da nacionalização da poesia na voz
de Demetrio Herrera Sevillano, de sua ruptura estética em direção a uma
poesia política e social. Seu texto Demetrio Herrera Sevillano o de
cuando el discurso literario y el discurso social se fusionaron, mostra,
com propriedade, o lugar desse autor nas letras panamenhas. Ficamos
orgulhosos em apresentar o número 10 da revista Hispanista que conta com
a colaboração de 9 autores, a saber: dois argentinos, quatro
brasileiros, um espanhol, um panamenho e um venezuelano. Agradecemos a
todos eles, como também aos 18000 leitores que nos visitam todos os
meses. Como
novidade, a partir deste número, estamos
inserindo, no final de cada artigo, dados resumidos sobre o autor e a
referência bibliográfica para facilitar citações. As
obras pictóricas nos têm inspirado na feitura do editorial. Assim, sob a
influência da exposição que ora se realiza no Museu Nacional de Belas
Artes ¾
Espanha do século XVIII: o sonho da razão ¾
e do colorido vibrante
de Regina Angelorum, de
Francisco Bayeu y Subias,
representante do Neoclassicismo Espanhol, embeleza-se o nosso
Portal.
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