HISPANISTA - Vol X I- nº 43 - Outubro - Novembro - Dezembro de 2010
Revista eletrônica dos Hispanistas do Brasil - Fundada em abril de 2000
ISSN 1676-904X

Editora geral: Suely Reis Pinheiro
QUEM SOMOS
EDITORIAL
Vida&Poesia 

Memória

Manoel de Andrade   

Silenciado no seu canto, banido pela tirania,  o poeta Manoel de Andrade, repartido entre a dor e a esperança, peregrina, na década de 70, pelo dorso iluminado da América, evocando a imagem da pátria como uma mãe em lágrimas. Canta com a memória dos caídos, com os gemidos dos bravos, com os sonhos dos que caíram silenciados pela morte. O poema evoca os anos do exílio retratando a imensa nostalgia  de um coração povoado de caminhos. E, contudo, canta por um amanhã luminoso para seu  povo.  Convoca os companheiros para a luta, esperando voltar um dia no seu canto desterrado, levando nos lábios uma canção de trigo, sua alma de cigarra e do marinheiro antigo.

CRIAÇÂO   

   Os dilemas da busca da verdade em A grande arte, de Rubem Fonseca

                                Geice Peres Nunes

O presente ensaio apresenta uma análise da questão da verdade na obra A grande arte, de Rubem Fonseca. Para tanto, investiga a forma como a personagem Mandrake relativiza essa noção ao empreender sua investigação sobre alguns casos de assassinato. Assim, o discurso do protagonista, bem como das demais personagens, evidencia os conflitos que a idéia de “verdade” produz, já que é um conceito posto em xeque na sociedade contemporânea.

ESTUDOS LITERÁRIOS   

   A poesia de Manoel de Andrade: um canto de amor e liberdade na América LatinaA poesia de Manoel de Andrade: um canto de amor e liberdade na América Latina

Suely Reis Pinheiro

Ai, América, que longo caminhar!” Através deste verso que inicia o instigante poema Canção de amor à América, fiz o primeiro contato com o poeta Manoel de Andrade, nos idos de 80. Nosso poeta nascido em Santa Catarina, mas radicado no Paraná, teve não somente o Curso de História, mas também sua vida interrompida pela nostalgia do exílio de seu país. Sua obra, difundida na América Latina e desconhecida no Brasil, nos chega agora, depois de um hiato de 40 anos. Cantou os homens sem rosto, deu recado à mulher amada, fez saudação a Che Guevara, foi o cantor clandestino, fugitivo. Seu amor à América ficou denunciado no seu canto de sonho imenso latino e americano, em nome de uma América parda, branca, negra e indígena, em nome dos perseguidos e caídos por ditaduras militares. Assim, seu caminhar também foi longo, mas a “bandeira desfraldada ao longo do continente,quando a América era uma só trincheira”, anunciava já o sopro da liberdade que nunca se apagou na voz do revolucionário trovador.  

 

 Manoel de Andrade: el cantor peregrino de América

   Enrique Rosas Paravicino

  A saga poética de um exilado brasileiro na década de 70, vista por um escritor peruano através dos versos nascidos pelos imensos caminhos da América. Enrique Rosas Paravicino analisa a edição bilíngue do livro “Poemas para a liberdade”, de Manoel de Andrade, comparando sua poesia à de  León Felipe, e afirmando que, tal como o grande poeta espanhol, seu canto “foi o vento áspero e o testemunho das injustiças da terra, mas além disso, proclama sua fé num tempo novo que a história reserva para os povos oprimidos”.Ressalta a origem  humilde e proletária da sua poesia, colocando-a  sob a influência  de Neruda e de Vallejo e como uma ampla proposta de solidariedade humana, na busca da liberdade, nos punhos crispados contra os opressores, “mas também na poesia matizada com tonalidades de ternura,  cortejos afetivos e  reafirmacão de princípios.”Comenta suas primeiras edições panfletárias lançadas por estudantes peruanos e bolivianos, estranhando que seu prestígio como poeta tenha surgido além das fronteiras da pátria, na identificação com a causa dos espoliados e no rumor das multidões sem voz da América.

 La estética simbólica del teatro de Juan Tomás Ávila Laurel

Gisèle Avome Mba

Da análise actancial, modo de lectura que permite não somente verificar como se organizam as redes significativas que dão sentido às obras, como também definir os papéis desempenhados pelos diferentes protagonistas das produções teatrais, buscamos neste estudo personagens dotados de significações que fazem  funcionar as inscrições ideológicas das peças.

Más allá del signo de Saturno: imaginación crítica frente a la melancolía en Don Quijote de La Mancha

Rita  Diogo

O presente trabalho pretende ser uma aproximação à obra Don Quijote de La Mancha, a partir do conceito de melancolia segundo Walter Benjamin (1984). No início do prólogo, ao descrever sua própria postura, Cervantes nos revela a imagem do gênio diante da tradição, cuja autoridade impõe ao autor uma atitude de impotência frente à folha de papel. No entanto, a engenhosidade e o espírito crítico do autor criam a figura do amigo, com o qual leva a cabo uma conversa que gira exatamente ao redor desta mesma impotência, levando-o a construir o que se pode caracterizar como um metaprólogo. É pois a imaginação crítica que salva Cervantes da melancolia, levando-o primeiramente a parodiar os prólogos clássicos, para então, ao lado de seu protagonista, continuar parodiando os romances de cavalaria. Neste sentido, podemos dizer que a parodia se configura na obra como uma estratégia linguística por meio da qual o autor traduz estes romances para a linguagem e o pensamento de sua época, evidenciando a alteridade que o perspectivismo do mundo moderno lhe permitia fazer.

WEBLÍNGUA

Demasiado, Arrogar, Necio

Alexis Márquez Rodríguez 

O autor apresenta uma série de pequenos artigos em que estuda elementos da linguagem. 

 
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