HISPANISTA Vol XIX  72 Janeiro - Fevereiro - Março de 2018
Revista eletrônica dos Hispanistas do Brasil Fundada em abril de 2000
ISSN 1676
904X
Editora geral: Suely Reis Pinheiro
QUEM SOMOS
EDITORIAL
Vida&Poesia 

      O ano de 1968: uma revisão 1ª/4ª parte: A sexta - feira sangrenta

      Manoel de Andrade

 

Este ensaio,O ANO DE 1968: Uma revisão, na sua totalidade,a ser publicado na Revista Hispanista no transcurso deste ano, vem relembrar, no cinquentenáriode 1968, alguns dos fatos mais marcantes na recente história política e social do Brasil e do mundo, naquele ano memorável. A morte do estudante Edson Luís de Lima Souto, no Restaurante Calabouço, no dia 27 de março e os fatos que envolveram a sua missa de sétimo dia, na Igreja da Candelária, foi o estopim da grande convulsão que marcou, indelevelmente,em 1968, o movimento estudantil no Brasil. Esta primeira parte descreve tais acontecimentos eo que ocorreu no Rio de Janeiro em 21 de junho daquele ano, quando uma passeata estudantil contra a ditadura militar se transformou numa batalha campal, deixando 28 mortos, centenas de feridos e mais de mil pessoas presas. Na sequência será publicada A passeata dos cem mil, Partidão versus Foquismo e As barricadas que abararam o mundo. .

CRIAÇÃO

       El luminoso homenaje de Goya a las mujeres                  

                                                   Julia Varela  

 Nos afrescos que pintou Goya na Capela de San Antonio de la Florida o artista aragonês não só criou novos mundos expressivos, como também se enfrentando com os  cânones misóginos da igreja católica, prestou uma homenagem às mulheres que ainda na atualidade seguem nos impressionando.

  Walter Benjamin e Paulo Freire: a história como rastro de uma pedagogia pós-abissal      

   Denise Marcos Bussoletti  & Leandro Haerter & Angelita    Soares

Entendendo o movimento histórico enquanto um tempo ainda em aberto e, por isso, de possibilidade de re-significação do lugar dos sujeitos no mundo, este texto apresenta uma reflexão acerca da concepção de história em dois autores: Walter Benjamin e Paulo Freire. Partimos primeiramente de Walter Benjamin e de sua abordagem da história como um duplo entre destruição e construção, barbárie e redenção, para em seguida nos encontramos com Paulo Freire e sua compreensão da história enquanto movimento resultante da ação dos sujeitos no mundo. É no encontro da obra destes dois autores que, na perspectiva do Grupo Interdisciplinar de Pesquisa Narrativas, Arte, Linguagem e Subjetividade (GIPNALS) e inspirados nas Epistemologias do Sul de Boaventura de Souza Santos (2010), buscamos os caminhos da invenção de uma possível pedagogia pós-abissal que, juntando Norte e Sul, busca tensionar a geografia abissal  fundadora, e ainda basilar, do conhecimento construído na modernidade. 

    Pintando  imagens de mulheres nos cartões de José del Castillo e Goya: história de resistência e identidade   

                 Suely Reis Pinheiro

No colorido e delicado bordado dos tapetes  espanhóis, pode-se admirar una historia de identidade e de resistência de mulheres. O século XVIII trouxe luzes para iluminar o caminho da mulheres. É quando os palácios se vestem de tapetes tecidos sobre cartões desenhados pelos principais pintores da corte. Dentre eles estão José del Castillo e Francisco de Goya. Em suas pinturas, observamos a presença da mulher ocupando espaços públicos e privados, com ampla galeria de motivos populares, com técnica fácil, alegre e luminosa. José de Castillo protagoniza damas aristocráticas, majas, mulheres do povo, floristas, naranjeras. Com Goya, as mulheres saem do espaço celestial e baixam definitivamente à terra. Seus cartões de cenas de costumes mostram uma nova imagem da mulher, com suas frivolidades, gestos sensuais, onde se acham mulheres de todas as classes sociais.

ESTUDOS LITERÁRIOS

 Josefina Plá sob o olhar da crítica brasileira      

  Andre Rezende Benatti       

Este artigo tem como objetivo explorar um panorama da crítica brasileira sobre a obra da artista e escritora hispano-paraguaia Josefina Plá. Embora Plá tenha se dedicado às artes e letras durante todo o século XX e o Paraguai, local onde desenvolveu sua obra, seja vizinho ao Brasil e próximo culturalmente, sua obra ainda continua sendo pouco lida e estudada no país. Desta forma, buscamos, para além de incentivar o fomento da pesquisa da obra da artista no país, explorar quais são e sobre o que são as pesquisas relacionada à obra de Plá no Brasil, até o momento.

Sapientia e fortitudo de Boorz e misoginia em A morte do rei Artur      

 Pedro Carlos Louzada Fonseca & Alessandra Fabrícia Conde da Silva   

Em A morte do rei Artur, romance do século XIII, o cavaleiro Boorz representa a virtus guerreira acompanhada da sapientia nobilitante. É, entretanto, na sapientia de Boorz que reside o ranço tradicional da misoginia, que ele perfila na lembrança de homens vitimados pelo amor feminino. Os motivos ideários dessa lembrança constituem, principalmente, a investigação desse artigo. 

 Vozes que contam Cinco horas con Mario, de Miguel Delibes 

Michele Fonseca de Arruda      

A Guerra Civil e a subsequente instituição do regime autocrata que dominou a nação espanhola por vários anos, figuram como alguns dos acontecimentos mais trágicos do século XX e que mais representações obtiveram no âmbito da literatura. Do vasto conjunto de textos que aludem a estes fatos, privilegiamos Cinco horas con Mario (1966), do romancista Miguel Delibes. Neste artigo, examinamos de que forma o confronto bélico desponta como um espectro pertinaz e pode ser encarado como um dos elementos constitutivos do caráter e da ideologia de seus protagonistas.

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