HISPANISTA - Vol X
III - nº
51 - Outubro - Novembro-
Dezembro
de 2012
Revista eletrônica dos Hispanistas do Brasil - Fundada em
abril de 2000 ISSN 1676-904X |
Editora geral: Suely Reis Pinheiro |
QUEM SOMOS |
EDITORIAL |
Vida&Poesia |
Manoel de Andrade Em sua caminhada pela America Latina o poeta Manoel de Andrade levava no alforje da alma o precioso tesouro da esperança. No poema O sonho do semeador ele revela a dimensão do seu compromisso fazendo dos seus versos um manifesto, uma convocação a militantes e poetas do continente ao afirmar (...)“porque deve nascer uma canção na América/ para que possamos semear o sonho do coração dos homens" (...) O poema foi escrito em outubro de 1969, em Cochabamba, aonde chegou como convidado estrangeiro ao Congresso Nacional de Poetas. Dias depois foi detido pela polícia política na Universidad de San Simon e posteriormente expulso do país devido a um cartaz publicado pelos estudantes bolivianos contendo seu poema Saudação a Che Guevara, comemorando o segundo ano da morte do guerrilheiro argentino. O sonho do semeador é o poema com o qual Manoel de Andrade inicia seu projeto de percorrer a América com uma poesia itinerante e combativa, e essa determinação guiou seus passos de bardo errante iluminado pelo sonho libertário cuja motivação inspirou os versos que escreveu aqueles anos ao longo de todo o continente. |
CRIAÇÂO |
Jorge Amado: romancista de trinta e / ou escritor de utopias? Patrícia Gomes Germano Jorge Amado é um dos escritores brasileiros de maior destaque no interior e fora das “fronteiras” nacionais. Suas obras são marcantes interface de um Brasil apresentado como “zona de contato” (PRATT, 2009) de “crioulização”cultural (GLISSANT, 2002). Autor de traduzido em mais de quarenta idiomas, muitas vezes alvo da crítica acadêmica tradicional, principalmente pelo seu populismo junto à recepção, o escritor é novamente motivo de interesse analítico, não somente por ocasião do seu centenário de vida, mas, sobretudo, pela tendência da crítica literária atual cujo intuito é desconstruir reducionismos e concepções totalizantes, além de pôr sob rasura a noção de excelência literária (CÜLLER, 1999) – posicionamento corriqueiro num passado tradicional – que enquadrava autores em estruturas fixas e prestigiava um texto em detrimento de outro. Assim sendo, este artigo tem como meta justamente problematizar esses enquadramentos, essas configurações redutoras que, muitas vezes desconsideraram a amplitude da produção literária amadiana. Para tanto, optamos por problematizar a inclusão de Jorge Amado como escritor regionalista de trinta e, a partir de um retrospecto na sua construção romanesca, observar o caminho desenvolvido por suas obras que extrapolam o olhar saudosista da geração trinta e sinalizam para uma opção utópica, seja com fulcro nas teorias marxistas ou mesmo apontando à liberdade criativa da cultura como saída para um Brasil hibridizado. |
ESTUDOS LINGUÍSTICOS |
Fábio Marques de Souza Abordaremos a temática da unidade e a diversidade da e na língua espanhola e as especificidades que envolvem a aquisição desta língua por brasileiros. Tomando como ponto de partida a pergunta: não seria mais autêntico, mais verdadeiro, e talvez mais prático, menos exposto a imprecisões e enganos, ensinar variedades concretas e palpitantes do espanhol falado? Apresentaremos o cinema como ferramenta para o tratamento do espanhol falado em Buenos Aires na sala de aula de E/LE. |
Ensino-aprendizagem de espanhol para fins específicos: confrontando teoria e prática Ana Kaciara Wildner Neste estudo são problematizadas questões teóricas e práticas que subjazem o ensino-aprendizagem de língua estrangeira. A reflexão apresentada parte da distinção entre estratégias focadas na forma e no significado e sua relação com questões teóricas sobre a natureza do processo de aprendizagem de outras línguas. |
ESTUDOS LITERÁRIOS |
Centenario de Marcelino Menéndez Pelayo (1856-1912), un precoz genio santanderino con una cultura enciclopédica Magdalena Aguinaga Alfonso Em 19 de maio do presente ano se comemorava o centenário de um dos maiores historiadores da cultura e literatura na Espanha, o erudito e polígrafo Marcelino Menéndez Pelayo. Em seus 55 anos e seis meses de vida deixava uma ingente produção de 65 tomos em suas Obras completas iniciadas por Bonilla y San Martín, seguidas por Miguel Artigas na “edición nacional” e finalmente publicadas pelo Consejo Superior de Investigaciones Científicas (1952-53). A elas se somam os 23 volumes de seu Epistolario editado por Manuel Revuelta Sañudo na Fundación Universitaria Española. Atualmente podem ser consultados em edição digital da Fundación Hernando de Larramendi. |
El Benet crítico: ethos, autobiografía, memoria Adriana Minard El presente artículo abordará la faceta de crítico del escritor Juan Benet a partir de los ensayos publicados en Infidelidad del regreso. Dentro de ese corpus apenas estudiado, merecen especial atención los ensayos “Una época troyana” de 1975 y “La literatura durante el período 1939-1975” escrito en 1986. Ambos textos resultan claves para pensar la relación literatura-política, la cuestión del canon, la consideración del realismo y, en especial, la del “intelectual crítico” durante el Franquismo. Se analizarán los procedimientos argumentativos utilizados pues son estos ensayos, además, textos programáticos ya que esbozan problemáticas estéticas en términos de huellas ideológicas. |
A Tessitura mimética em A mulher habitada Karine Rocha O presente trabalho tem por objetivo aplicar às teorias de Paul Ricoeur ao romance da escritora nicaragüense Gioconda Belli, A Mulher Habitada. Ao tomarmos tal romance como exemplo, iremos provar que as teorias ricoeurianas em relação ao processo mimético se fazem contundentes. |
WEBLÍNGUA |
Alexis Márquez Rodríguez O autor apresenta uma série de pequenos artigos em que estuda elementos da linguagem. |
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