HISPANISTA Vol XVI 63 Octubre Noviembre – Diciembre de 2015
Revista eletrônica dos Hispanistas do Brasil Fundada em abril de 2000
ISSN 1676
904X
Editora geral: Suely Reis Pinheiro
QUEM SOMOS
EDITORIAL
Vida&Poesia 

 Distopia      

Manoel de Andrade

 Como e por onde significar nossa perplexidade, repartidos entre a indignação e o espanto, entre a esperança e tantos pressentimentos? Todos somos herdeiros da História. De um Doce Rio que morre, do sangue em Paris, dos labirintos do terror em Bruxelas e dos sobreviventes de Lampedusa. Esse é o mundo em que nos toca viver? Viver ante o calvário dos que fogem de uma pátria “dominada por estranhas hierarquias, por facções tatuadas com o signo da maldade”? Dos que se afogam num “oceano de migrantes” e transitam pelos campos de nações alheias, já sem lar e sem cidadania?Como sonhar ainda com uma aldeia global ante essa “alarmante geografia de lágrimas? como descrever o enredo do futuro e saber que “é imprescindível sustentar a vida para que os filhos da esperança possam respirar sua beleza.”? Eis um tempo inquietante. O mundo que nos toca viver. Mas quem defenderá a trincheira da decência? Até quando suportaremos tanta ignomínia? Até quando? Até quando?

ESTUDOS LINGUÍSTICOS

A sétima arte como artefato semiótico mediador das reflexões a respeito de como se aprende uma língua adicional

                   Fábio Marques de Souza  

Este texto apresenta o cinema como artefato semiótico mediador das reflexões a respeito de como se aprende um idioma. Nele, são analisadas questões como o multiculturalismo, a subcompetência estratégica, interculturalidade, alteridade e suas possíveis contribuições para a potencialização do complexo processo de aprendizagem de línguas adicionais representadas no filme Um conto chinês.

            O uso de músicas como recurso para o ensino dos pretéritos em Língua Espanhola: uma proposta sociolinguística

     Valdecy de Oliveira Pontes & Denísia Kênia Feliciano Duarte & Lyvia Lea de Oliveira Pereira & 

O presente artigo deter-se-á em uma proposta de análise sociolinguística a partir de letras de músicas,com o objetivo de sugerir estratégias para o ensino do pretérito perfeito (simples e composto) da língua espanhola, em aulas de espanhol para alunos brasileiros do ensino médio. Para isso, explorar-se-ão alguns usos linguísticos destes tempos verbais, na Espanha, Argentina e México, considerando o fenômeno da variação linguística.

ESTUDOS LITERÁRIOS

Quem disse que ficção é mentira? – Cervantes e os dilemas da criação

                Celia Regina de Barros Mattos

        A quantidade de adeptos aos estudos cervantidos e a variedade de temas  apresentados no IX  CINDAC nos mobilizaram a convocar Hermes, o mensageiro que, por sua aptidão de fazer a conexão – deuses-humanos, em determinado momento, por exigência dos estudos literários, acabou saindo de cena e delegando ao homem o poder.de interpretar. Conhecedores dessa notícia,  tomamos a via da hermenêutica para, além de justificarmos a profusão de temas apresentados no referido congresso, nos aproximarmos do dilema  de Cervantes entre seguir rigorosamente a preceptiva e assegurar a educação dos leitores fora do risco da evasão que enlouqueceu D. Quixote e/ou liberar o dinamismo que se esconde atrás do visível – as coisas do espírito. Descobrimos que esse autor, optando.pelo “caminho do meio” –  o caminho da arte, caiu nas malhas do fingir, sem dar-se conta de que a raíz latina, de onde vem fingir e ficção, é “fingere” que significa também educar . Mesmo querendo fingir, Cervantes educou e segue educando no tempo.                

 Últimos fuegos, de Alejandra Costamaga: chispas en el remolino humano

 Ivana Ferigolo Melo     

O livro Últimos Fuegos, da chilena Alejandra Costamagna, pela forma como se estrutura, tende a negar ao leitor a possibilidade de saber se está diante de uma obra contística ou de um romance. Com o objetivo de entender o que pode estar comunicando estética e existencialmente a ambígua estrutura dessa obra, busca-se, neste artigo, analisá-la.

 

 Corpos consagrados a Deus: corpo e experiência mística nos conventos femininos hispano-americanos coloniais

 Karine Rocha    

O presente artigo tem como objetivo abordar as relações entre o corpo, a mulher e o sagrado nas autohagiografias coloniais. Estas obras foram escritas por freiras místicas hispano-americanas, por ordem da Igreja. O objetivo de tais escritos seria detectar se as experiências místicas partiam de mulheres santas ou demoníacas.

Electra, de Benito Perez Galós: aspectos do religioso e da moral cristã a partir da dinâmica entre Pdantoja, Máximo e Electra 

                   Pedro Leites Junior

    O presente artigo desenvolve um trabalho analítico sobre aspectos da religiosidade e da moral cristã imersos na estrutura do texto dramático de Electra (1901), de Benito Pérez Galdós, sobretudo no que tange à relação entre os personagens Pantoja, Máximo e Electra. A partir dos pressupostos da Literatura Comparada, tem-se por pano de fundo o diálogo com o mito grego de Electra e, mais precisamente, com as tragédias antigas que abordam tal conteúdo. 

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A fissura dos códigos: literatura e ciberativismo

                              Rafaela Scardino 

Este artigo analisa o romance El delirio de Turing, do escritor boliviano Edmundo Paz Soldán, que põe em cena usos propositivos da internet, formas de acionar politicamente os meios de comunicação e, através de um uso não-prescrito da rede, fissurar sistemas de manutenção da ordem e discursos que buscam impedir o questionamento sobre a contemporaneidade.

Epistolario José Ángel  Valente / Eladio Cabañero

       Saturnino Valladares        

Entre 1961 e o 3 de março de 1964, José Ángel Valente e Eladio Cabañero mantiveram um diálogo epistolar que, a pesar da sua brevidade –só se conserva uma carta do galego e três do de Castilla-La Mancha–, da conta da sua cumplicidade pessoal e literária. Esta correspondência presenta um grande interesse para o estudo da literatura espanhola da segunda metade do século XX.

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