HISPANISTA - Vol X
II-
nº 45 - Abril - Maio - Junho
de 2011 ISSN 1676-904X |
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Editora geral: Suely Reis Pinheiro |
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QUEM SOMOS | |
EDITORIAL | |
Vida&Poesia | |
Canto aos MarginaisManoel de Andrade Que se abomine o pecado, mas se ame o pecador. Era assim que o mestre nazareno distinguia aqueles que traziam a alma marcada pelo equívoco e socialmente estigmatizados pela delinquência. Neste poema Manoel de Andrade faz algo semelhante dando as mãos aos excluídos num profundo sentimento de solidariedade para com os que se marginalizaram pelos difíceis caminhos da vida. Num mundo marcado por tanta violência é difícil compreender os culpados, amar o inimigo e dar a outra face, mas essa é uma imposição indispensável para a conquista da paz interior: desculpar os ofensores. O poema é, sobretudo, um gesto de encontro com a esperança na dignidade humana e a crença na redenção dos caídos. É um coração que se abre para pronunciar, no mágico idioma da poesia, o imenso significado da palavra irmão e para acolher, na lírica aldeia do encanto, o mendigo, a prostituta e o bandido. Quem sabe somente os santos e os poetas possuam a dimensão desta sublime fraternidade, resignificando a importância do amor e perguntando ao mundo -- com o despojamento dos seus atos e o mistério dos seus versos -- quem pode atirar a primeira pedra. |
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CRIAÇÂO | |
Entre o campo e a cidade: O Lustre de Clarice Lispector Ewerton de Freitas Ignácio Este trabalho tem por finalidade estudar as relações entre campo e cidade no contexto narrativo de O lustre (1946), de Clarice Lispector, bem como averiguar as peculiaridades por meio das quais tais relações são assimiladas por Virgínia, a protagonista do romance, que transita de um modo um tanto errante por esses dois espaços narrativos sempre em busca de um estado de realização pessoal que jamais alcança.
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ESTUDOS LITERÁRIOS | |
O questionamento sobre certas verdades e a simbologia do silêncio na pentalogia scorziana Elda Firmo Braga O presente texto tem o propósito de fazer uma leitura do ciclo narrativo do escritor peruano Manuel Scorza, composto por um conjunto de cinco romances produzido entre 1970 e 1979, protagonizado por povos indígenas peruanos e intitulado pelo próprio autor de La guerra silenciosa ou pentalogia. Nesse sentido, temos como desígnio contemplar, neste trabalho, a conformação de um jogo entre “verdade” e “mentira”, com destaque para o questionamento sobre a representatividade da história oficial, bem como tecer uma reflexão sobre o valor polissêmico do termo “silêncio” nestas obras. |
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A criação ficcional e o jogo da leitura literária em Gonzalo Torrente Ballester
Regina Kohlrausch Gonzalo Torrente Ballester, entre 1972 e 1980, escreveu e publicou La saga/fuga de J.B., em 1972, Fragmentos de Apocalipsis, em 1977, e, La isla de los Jacintos Cortados, em 1980. É possível, no entanto, rever essa ordem no que se refere à sequência de leitura a partir do pressuposto de que uma obra é projeção da outra, no âmbito paratextual, ou, segundo Dällenbach, um jogo de intertextualidade restringida. A premissa é de que o leitor teve acesso às obras de forma desordenada: do produto final ao laboratório de criação, do laboratório de criação ao exercício/ensaio criativo.
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La vida en las ventanas, de Andrés Neuman: a los márgenes de los estatutos novelescos Ivana Ferigolo Melo Neste trabalho, analizar-se-á o romance La vida en las ventanas (2002), do escritor hispano-argentino andrés Neuman, abordando-a como um produto cultural vinculado a um imaginário pós-moderno, que, para ser entendida, reivindica do crítico uma postura disposta a romper com os parâmetros analíticos convencionais. |
La Virgen y La Llorona: voces marginadas en la novela corta “La Señora de la Fuente”, del escritor mexicano Luis Arturo Ramos Ana Lúcia Trevisan O presente trabalho estuda como a novela “La Señora de la Fuente”, do escritor mexicano Luis Arturo Ramos é construída por meio de um processo dialógico que resgata e reformula narrativas lendárias assim como perspectivas de relatos históricos e bíblicos. Esta construção narrativa não reinterpreta somente a trajetória cristã da Virgem Maria, mas também redimensiona a lenda de La Llorona, em meio à realidade de uma cidade mexicana contemporânea.
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El Abuelo de Pérez Galdós en la última versión cinematográfica de José Luis Garci Magdalena Aguinaga Alfonso Tema central de El abuelo é o dilema da prevalência das leis sociais e da natureza frente à liberdade do indivíduo e o amor traçado a partir de um conflito de legitimidades. O romance, estruturado em cinco jornadas de diferente extensão, desemvolve o drama pessoal do conde de Albrit, don Rodrigo de Arista-Potestad, ancião arruinado e quase cego, diante da incerteza de resolver qual das duas netas (Nell e Dolly), que figuram como filhas de seu falecido e único filho, é sua neta e qual é o fruto da relação ilegítima de sua nora, a irlandesa Lucrecia Richmond. A versão cinematográfica consiste em uma adaptação livre do romance de Benito Pérez Galdós, sintetiza o rico estilo fílmico de Garci e a profundidade dramática, moral e religiosa de seus últimos filmes: Canción de cuna e La herida luminosa. O sólido roteiro explora o drama de uma nobre família asturiana do princípio do século. |
WEBLÍNGUA | |
Alexis Márquez Rodríguez O autor apresenta uma série de pequenos artigos em que estuda elementos da linguagem. |
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